O básico, o esquecido, e o que é feito.

15:50 Carolina Carettin 0 Comments

Segundo o site do UOL Educação, tá rolando um projeto de lei na Câmara que pretende unificar a data dos vestibulares das instituições públicas, federais ou estaduais.
O problema encontrado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro é de que o sistema brasileiro hoje privilegia os estudantes com renda maior, que podem pagar as despesas de locomoção e hospedagem nos locais de provas, coisa que não é novidade, já que grande parte da população concorda que o ensino particular é melhor que o ensino público, correto?
Continuando com seus motivos, o parlamentar afirma que seria melhor que os estudantes se candidatassem para a instituição mais próxima do seu domicílio, já que só teriam uma data para a execução de várias provas. Ou seja, você que tem condições ou que guardou um dinheiro suado lá no Amazonas pra conseguir prestar um curso que você gosta muito na UNICAMP, em Campinas, não vai poder se o projeto for aprovado, já que haverá uma instituição mais perto de você.
Outro argumento cabeludo é de que o projeto seria a solução para acabar com o monopólio do acesso do ensino superior a grandes centros de ensino médio e de redes de cursinhos. OPA! Será que não seria mais válido, senhor deputado, criar uma lei que obrigue a melhora no ensino público? Se o governo oferecesse uma educação adequada, com material bem-feito e com professores capacitados e muito, muito bem pagos, não haveria uma maior aprovação de alunos do sistema público de ensino nas universidades também públicas?
Se essa lei for aprovada, mostrará mais uma vez que uma aluna do terceiro ano do ensino médio conseguiria uma melhor solução para o problema da educação do país todo do que um deputado que ganha muito, mas muito mais do que deveria ganhar por mês.
Senhores deputados, pensem num ciclo. É mais fácil começar a resolver os problemas no ensino básico, do que querer arranjar problemas no ensino superior, achando que está resolvendo alguma coisa.
Além de tudo isso, o ENEM é um ótimo exemplo de que a unificação de provas pode acabar sendo uma grande bobagem, já que desde que instituições federais e estaduais aderiram ao exame, os estudantes tiveram provas de desorganização e de falcatrua, já que questões vazaram, provas foram copiadas por funcionários de uma gráfica, os corretores podem deduzir que você chutou a questão e, além de tudo isso, houve vários problemas em relação a correção da redação.
Ou seja, vamos olhar pro umbigo, em vez de culpar o ensino superior pela má educação recebida pelos brasileiros.

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