A Culpa é das Estrelas

10:43 Carolina Carettin 0 Comments

Quando lemos livros que falam sobre pacientes com câncer esperamos histórias tristes, que nos mostra a grande batalha que os pacientes têm com a doença e tudo o mais. Em "A Culpa é das Estrelas", de John Green, lançado pela Editora Intrínseca esse ano, somos apresentados à garota Hazel Grace, ou só Hazel.
Durante a narrativa, John consegue que o leitor se esqueça que sua personagem está doente ou que tem certas limitações devido a seu aparelho de respiração portátil, o Felipe. O autor consegue essa proeza ao 1) conseguir que Hazel viaje até a Holanda em busca de respostas para seu livro favorito que termina no meio de uma frase, deixando-a cheia de questionamentos sobre o destino dos outros personagens e 2) quando ela se apaixona por Augustus Waters, o Gus.
Os jovens tem medo do envolvimento pelo fato de que podem "explodir como uma granada e deixar feridos." Mesmo assim se apaixonam e vivem esse amor até o último momento.
Posso dizer que é um livro diferente porque em momento algum eu chorei, e olha que isso é dificílimo! Em nenhuma parte do livro meus olhos se encheram de lágrimas e comecei a soluçar. Me emocionei, é claro, mas senti que a vida deles tinha sido tão aproveitada que não era necessário chorar.
(Para acabar com o suspense: não, Hazel não morre.)
E é exatamente isso que os pacientes com câncer procuram: uma vida normal, já que são pessoas normais, apenas com células rebeldes mutantes.
Quando minha tia, que perdeu para suas células mutantes um fígado e um pâncreas, estava em seus últimos dias (só não sabíamos que eram seus últimos dias) sentia como se ela divagasse em certos momentos. Seu olhar se perdia e eu ficava observando seu pensamento através de seus olhos. Para mim ela pensava na morte, como seria, onde ela gostaria de estar, com quem gostaria de estar. Acho que não aconteceu nem no lugar nem na companhia de quem ela desejava, mas foi na hora certa.
"A Culpa é das Estrelas" me proporcionou uma nova perspectiva, em você pode proporcionar as lágrimas, as risadas (eu ri muito!), o desespero, mas alguma coisa ele vai deixar marcado em você.

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