Na torre de Mauthausen tremula uma bandeira branca

15:30 Carolina Carettin 0 Comments


Seguindo o estilo de "O Diário de Anne Frank", Helga Weiss descreve em "O Diário de Helga" (Intrínseca, R$39,90) os anos que passou na fortaleza militar de Terezín e, mais tarde, em Auschwitz, Freiberg e Mauthausen.
A diferença é que Helga escreveu a maior parte de seu diário depois da guerra. Logo que descobriu que estava incluída em um transporte, deu seus manuscritos a seu tio. Foi em 1945, aos quinze anos que a garota escreveu toda a parte referente aos momentos passados nos campos de concentração, após Terezín.
Mesmo sendo escrito no período pós-guerra, o apelo emocional e as experiências extremas - fome, frio, doenças - compensam os detalhes que podem ter sido deixados para trás.
Diferentemente de Anne Frank, que traz as experiências vividas em um único esconderijo, Helga conta o que passou durante os transportes, as contagens nos campos de concentração, a expressão das pessoas nas ruas de Praga.
Mas é nas últimas páginas que o leitor mergulho na sensação de liberdade descrita.

"O que está acontecendo? Interromperam a distribuição da sopa. (...) As pessoas estão se reunindo; os gritos de júbilo chegam até nós. (...) Largo minha tigela inacabada e corro para fora do campo. As vozes crescem, unindo-se num tom. 'Paz, paz, paz!!!' (...) Não estou dormindo, estou acordada. Estou parada atrás do arame farpado de um campo cigano e no alto, na torre de Mauthausen, tremula uma bandeira branca! Uma bandeira de paz." 

Nesse momento, Helga se sente liberta, sente o fim da guerra subindo por suas entranhas.
É um relato simples, mas intenso sobre um dos períodos mais cruéis e chocantes da história mundial.

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