O carteiro de Neruda

15:27 Carolina Carettin 1 Comments


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Filmes normalmente entram em minha vida depois da indicação de alguém. O primeiro que veio e me tocou lá no fundo foi Cinema Paradiso, do Tornatore. Indicação do meu tio.
Depois veio Amélie Poulain. Clichê talvez, mas me marcou. Indicação de uma amiga.
E agora O Carteiro e o Poeta entrou para minha lista branca. Indicação de um professor.
Dirigido por Michael Radford, o filme mostra a amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda e seu carteiro, no período em que o escritor ficou exilado na Itália.

"La poesia non è di chi la scrive, ma di chi gli serve.” - A poesia não é de quem a escreve, mas para quem precisa dela.

Mario, o carteiro, passa a pedir conselhos para Neruda, que vive recebendo cartas de mulheres por causa de suas palavras de amor, mesmo este tendo olhos somente para sua esposa, Matilde.
O carteiro se apaixona por Beatrice, a sobrinha de D. Rosa, dona de um bar da ilha.


Mario: “Don Pablo, vi devo parlare, è importante… mi sono innamorato!”
Pablo Neruda: “Ah meno male, non è grave c’è rimedio.”
Mario: “No no! Che rimedio, io voglio stare malato…” 

Mario: "Dom Pablo, preciso conversar, é importante... estou apaixonado!"
Pablo Neruda: "Ah, menos mal, não é tão grave... há remédio."
Mario: "Não, não! Que remédio! Prefiro ficar doente..."




Mario e Beatrice acabam se casando, tendo Pablo como padrinho. É durante a cerimônia que o poeta recebe a notícia de que pode retornar para seu país. 
O chileno parece ter esquecido de seu amigo italiano, o que me fez ficar desapontada. As pessoas podem deixar de se falar, mas eu, pelo menos, não consigo esquecê-las por completo. Alguma coisa fica guardada.

“Se voi non foste capitato nella mia vita, non lo avrei mai scritto.” - Se você não tivesse aparecido em minha vida, eu não teria escrito."


Neruda volta à ilha depois de cinco anos. Beatrice teve um filho, Pablito, que não conheceu o pai. Mario morreu poucos dias depois. Deixou uma gravação para o amigo. Mostra os sons da ilha, o barulho das ondas, do sino, do vento e do céu estrelado.
O Carteiro e o Poeta (Il Postino) mistura a poesia com o cotidiano, mostrando a essência dessa palavra: poesia. Ela mora nas pequenas coisas, nos detalhes. Um sorriso. Um cheiro. Uma voz. 

1 comentários:

Andreia disse...

Amei esse filme! Assisti na faculdade indicado por professor. Marcou a minha vida. Todos nós temos um pouco do Mario. ..��✍��